sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Só pra reclamar um pouquinho

Como é que pode ter esse culto à "decada perdida" e tudo bem? E depois eu sou desapegado, quase um niilista! Melhor não ser preso a nada do que ser preso a calças amarelas, he-man e M.C. Hammer.
Ou ser um hippie que acha que tá fazendo a coisa certa, querendo salvar o mundo, ter sexo livre, fumar maconha e injetar tudo o que vê pela frente, discutir Nietzche, mas estar atrasado 40 anos.

Difícil estar em um tempo tão não-polarizado, né? não tem bandeiras pra levantar, então vamos pegar a dos nossos velhos. A gente pode arrastar essas ideologias-zumbi e fingir que estamos certos, só pra dizer que valemos alguma coisa.

domingo, 23 de novembro de 2008

EM HOMENAGEM AO AMIGO!!!


Amigo...


Ontem fizemos um churras no Lean-fat George Foreman Grill (nem sei como escreve essa droga!)


E, num sei porquê, mas ontem lembrei muito de você! Aí to postando a fotinhA em sua homenagem!!!


Espero que vc goste e que não ache por aí pessoas tão legais quanto nós! hahahahahahaha


Beijos,

Ju (contagiado com o Romantismo do Michael!)
PS: sim, eu sei que to parecendo o bonequinho da Michelin na foto... mas num tive tempo de me posicionar adequadamente, pq o timer tava ligado... :(

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Não olhe agora, mas se você olhar quem sabe também entenda porque eu poderia ser o seu melhor amigo.

Michael não entendia porque algumas pessoas se tornavam tão limitadas depois que começavam a namorar. Talvez seja isso mesmo. O brilho de outrora era agora um punhado de porra ordenhado ao bel prazer de sua fiel meretriz. Queria ouvir música bem alta, parecia que a música o ajudava a atravessar a merda que chegava até o joelho de sua surrada calça jeans. Queria estuprar seus próprios tímpanos, quem sabe até sentir a ponta da faca roçando sua têmpora. No seu silêncio ele estaria a salvo do mundo banal. Sonhava destroçar criancinhas e ser condenado pra sempre por isso. Ele queria cortar seus próprios pulsos todas as noite, mas em sua casa todos usavam talheres de plástico. Michael queria mesmo era ser dramático, mas ninguém lia seus textos.

-Com amor, Amigo

domingo, 16 de novembro de 2008

Aumenta o Som e abaixa as janelas.

É. Estou mais uma vez tentando terminar outro trabalho e tentando ser original, e consciente de que o que eu escrevi tem 200 anos. Então, resolvi escrever alguma coisa que eu gosto muito: Música.

Tenho uma amiga que diz que quando anda na Paulista ela gosta de ver as caras das pessoas para saber seus pensamentos mais nefastos (ou o que estão pensando, mas eu prefiro ser dramático).

Eu, por outro lado, sempre penso o que as pessoas fazem quando escolhem as músicas, the soundtracks.

São engraçadas as respostas que as pessoas têm por causa da escolha das músicas por uma pessoa. Alguns se revoltam e resolvem fazer motins (esses geralmente chamam uma pessoa pro lado e tentam garantir apoio para mudar a trilha sonora), enquanto outros perguntam: O que é que tá tocando?!, e os mais exaltados provocam a revolução, sim!, eu acho que trocar pagode por hard rock, ou heavy metal por forró, uma revolução.

E como as pessoas se apoderam das músicas... Ah... é tão bonito e tão broxante quando alguém diz: “Essa música sou eu” ou “eu teria escrito essa música”. Quando eu era adolescente (não que eu não seja mais), eu costumava comprar revistas com letras de músicas para colar na parede, porque eu achava que as letras eram totalmente “Eu”. Muita pretensão da minha parte. Hahaha

E olha como a própria palavra é bizarra. Soundtrack, ou trilha sonora. TRILHA! CAMINHO SONORO! Que doidera.

Ou quando você está tristonho e ouve aquela música que te faz balançar a cabeça moderadamente, ou bater seu calcanhar no chão no compasso das batidas. TAC, TAC TAC. Baquetas e palhetas, que não existem, fazendo movimentos ridículos, e ainda por cima fazendo festinha em mim mesmo. Ah!

Discussões sobre quem foi melhor, Hendrix ou Page, ou Clapton, ou sei lá, Manu Chao?! Tudo, para nunca ter fim. E, me parece que esse não- fim é a própria música. Como ela vem e vai. A sensação de não agüentar mais aquela música, mas por estar com uma pessoa do lado, ela pega outra freqüência, um punch diferente, e aí volta. Existe até a função repeat no som! Pause, rewind, foward! E o mais legal, existe, na música, a opção volume!

Ah. Eu ia escrever mais, mas já estou escrevendo faz quinze minutos essa bosta. Hahaha.

Abaixa a Janela e aumenta o som então. Pô!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

PROCON

Hoje eu tava pensando... faz tempo que não escevo no blog, preciso postar alguma coisa!
quando abro o editor de texto, hesito: não tenho nada para reclamar.

até parece que isso é hotline onipotente, que Deus está lendo avidamente, preocupado para mudar o que acontece só porque eu postei aqui.

Como não arranjei motivo pra ficar bravo, triste, chateado, ou apenas apreensivo, decidi reclamar da minha falta de reclamação. E tenho dito!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nhé

Todos queriam produtos baratos e muita comodidade jogando CO2 no planeta. Acabou que o planeta aqueceu, as geleiras derreteram e a Groelandia agora planta brócolis. E assim, o mundo acabou.
Mas antes disso eles haviam inventado tvs enormes para assistir a novela das 8, anestesico sabor pina colada, bares toscos da vila olimpia, emos, republicanos, queijo, Amaury Jr, livros de auto-ajuda, psicólogos, Faustão, urânio depledado como munição, Gal Costa, curtas cults, etc.
Na verdade, o mundo já acabou. Agora, só nos resta se preparar pro futuro aprendendo a fazer breja de brócolis....

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lugar Nenhum

Ele era cheio de manias. Fechado. Pouco falava e tinha muitos problemas para expressar seus sentimentos, suas angústias, seus medos. Travava na região entre o ombro e o pescoço tudo o que queria vomitar em cima das pessoas. Conseguia relaxar em alguns poucos momentos, e ela adorava conseguir fazê-lo sentir-se livre, nem que por um único segundo. Pensar que seu estômago não mais parecia estar cheio de vermes, mas sim, de borboletas, fazia com que o dia dela, sempre meio morno e cinza, se tornasse inesquecível.
Saltitante que era, na verdade, ela era perneta. Parecia ser brilhante, mas era fosca e sem valor. Sem valor porque fez muita cagada na vida e também pelo fato de ninguém a querer. Engraçado pensar que um dia lhe disseram que não valia nem um “tostão furado”. Nunca havia visto um tostão, sentiu-se incomodada com o fato de não valer algo que nunca vira antes.
E, apesar de toda essa aparência assustadora, ela era doce... algo como o Corcunda de Notredame. Tudo o que fazia era em nome de um amor por aquele que parecia tão diferente, que fazia questão de manter seus muros erguidos. Ela tentou construir pontes. Foi em vão.
Ele continuou tentando ver o mundo através de sua luneta e cercado por seus muros. Achava que enxergava muito além, por possuir um instrumento tecnológico que o aproximava das coisas mais longínquas. Mal sabia ele que quanto mais ele se focava em algo, menos via as coisas ao seu redor: perdeu a as flores desabrochando na primavera; perdeu a cachorra lhe lambendo o dedão do pé, pedindo um pouco de afagos na barriga; não viu a “banda passar”; não viu o mar; não estava presente quando todos se despediam; não tocou na mulher nua e bela que ficou ao seu lado... Esqueceu que tinha gente que o esperava, que, assim como a cachorra, só pedia um pouco de carinho.
Mas, não... A luneta era mais valiosa!
Ela, que não valia nem um tostão furado, passou a não valer nem uma luneta-lunática.

sábado, 8 de novembro de 2008

New York - San Francisco

http://www.youtube.com/watch?v=H0L0k6dxCDU

Porque dá pra ser grande sem ser velho. Pelo menos não com 20 e pouquinhos anos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Coisas de gente grande.

Olá pessoal.
Só para desabafar um pouco a minha ausência.
Como vocês sabem, eu escolhi uma porra de uma profissão meio incerta nesse mundo.
Mas no fundo eu acredito ser isso que eu quero. Eu acredito que a arte é uma possibilidade para se viver do jeito que se quer; desde que você saiba transformá-la em objetos.
Mas enfim, estou tentando me dedicar ao máximo na faculdade. Fazer as coisas. Ler as coisas. etc.
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Para que "arte" continue a ser aonde eu queira estar, eu preciso entrar nela. E isso não é nada fácil. Não temos uma carteirinha, nem um certificado com validade suficiente.
Tenho que pensar em algumas estratégias para a coisa dar certo. Caso contrário, quando eu me graduar, continuarei sendo a pessoa mimada que sempre fui (gastando o dinheiro dos meus pais).
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Surpreendentemente eu consegui entrar num processo seletivo que está a procura de jovens que ocupem o lugar de "os novos críticos de arte".
Para resumir ainda mais uma história curta, tenho que entregar um artigo fazendo a crítica de uma exposição (I/Legítimo) até segunda-feira. E eu estou me matando para fazer disso a melhor coisa que eu já fui capaz de fazer na minha vida, porque isso pode significar o primeiro passo em direção às minhas pretensões.
A grande (e rara) possibilidade de testar as minhas reais possibilidades de concretizar um sonho.
[e ainda fazer os vários trabalhos da faculdade][e ainda me desenvolver enquanto artista][e ainda me desenvolver enquanto ser humano][e ainda ir no anivérsário do meu irmão mais velho domingo no noels as 17h][Alguém tá afim?]

domingo, 2 de novembro de 2008

"E o que está embaixo é como o que está em cima."

Num mundo com vários fins e nenhum começo, ela tentava se encontrar. Estava sentada à janela: fones nos ouvidos, olhos escondidos por óculos escuros e o vento a acariciar o rosto. Não tinha vontade de conversar com os colegas de sala. Nunca tinha. Preferia ficar olhando a linha branca que separava as faixas da pista de rolamento. Nunca comentou com ninguém, mas adorava contemplar aquela linha que a acompanhava durante as viagens e como ela se modificava, ora ficando pontilhada, depois se bifurcando, depois sumindo... mas depois sempre voltando, contínua, branca, persistente. Parecia até convicta de si! Queria ela também ter essa segurança.


De plano de fundo, um sem número de fins de mundo com os quais ela não se conformava. Como podiam ter tantos lugarezinhos tão...? Aquilo a angustiava, precisava de um referencial. Um começo de mundo, um local completo onde se sentiria bem.


Mas era também de um lugar metafísico que ela estava à procura. Não sabia como organizar suas idéias, no que deveria começar a pensar, que conhecimentos deveria acumular, a quê deveria se dedicar. Apesar dos fones, ouvia por cima a conversa dos amigos. Conversavam sobre as futuras profissões, planos para os próximos anos e outras coisas concretas e ordinárias do dia-a-dia. Não devia ela também se entregar a esses assuntos ao invés de implicar com paisagens e preocupações tão abstratas?


Ela até gostaria de mudar, mas mesmo naquelas conversas havia muita divergência e ela não vislumbrava um local seguro. E voltava a se entregar às divagações etéreas. Não achava sentido nessas questões ordinárias. Ninguém ali pretendia fazer grandes mudanças no mundo, nada além de continuar a atividade dos que vieram antes. Então, qual o propósito de se deter nesses assuntos?


Voltou a olhar com tristeza os lugarezinhos que passavam. Como alguém poderia se sentir satisfeito vivendo num lugar desses? Ela não conseguia entender. Aquilo não lhe bastaria, precisaria de mais: mais acontecimentos, mais vivências, mais experiências, mais.... existência. E sentiu um frustrante desejo de crescer e se esparramar e envolver com força o mundo inteiro...


O ônibus começou a desacelerar. Ainda estava pensativa, quando... do nada, estremeceu acometida por um súbito estalido! Uma epifania! Será? Olhou para o sol através das lentes escuras e abriu um enigmático sorriso. Talvez, talvez sentir aquele mal-estar fosse o primeiro passo para se fundir com o universo...