sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Respostas.

Às vezes, quando ligo para a casa de vocês eu digo:

-Hã...

e desligo o telefone. Penso durante alguns minutos e lembro o seu nome. Volto a ligar, faço uma voz diferente, e pergunto pelo nome. É...

De vez em quando penso o que é amizade.
Meu pai, diz que os verdadeiros amigos são os que ajudam na hora que você mais precisa. Uma outra diz que intimidade é uma merda. Mas saber mesmo, eu sei, mas mesmo assim não deixo de ser dramático.

Tem aquele poeta francês, que tem várias flores, na maioria rosas, em seu túmulo, que diz que "Você não faz amigos, você os reconhece". E será que é mesmo isso? Toda aquela aleatoriedade que você teve durante 22~25 anos de vida, foi só para você reconhecer um amigo? Outro podia perguntar, e isso? não é isso que faz a vida valer a pena?

E todas as vezes que a gente sai por aí, e vê aquelas luzes, ouve músicas caribenhas, e nos transvestimos, sempre penso: Como é que eu me reconheci nesse cara! haha. Mas isso também não tira a verdade de que tudo aquilo aconteceu só porque a gente é o que é; amigo, mesmo que esse exista em carne e osso.

Há uma, que tem, digamos, uma voz não tão diplomática, mas que, quando eu a encontro, a voz muda e soa muito doce. Tenho um amigo que diz que ela sempre faz uma voz diferente quando me encontra. E eu acho muito estranho, porque sempre acho legal quando ela fala comigo com a voz que ela usa com as outras pessoas, mas sempre tenho uma sensação boa quando ela fala deoutro jeito comigo.

Tem outro, que eu já vi humanista, capitalista, pelado, cético, anarquista, e de moicano.

Amizade, aquele romantismo todo, faz você ser o próprio, ou o que você quer ser? Nem que isso seja um maldito nome estranho. Que tal Agenor?

E ainda assim, eu olho aquele cara, olho o garçom, e digo:

-É... aquele cara é meu amigo.

E tudo o que aconteceu ontem a noite, mesmo que eu não lembre, é o que fez tudo fazer o mínimo de sentindo e esperar até a próxima semana.

Que estranho, não?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A árvore

Passei na frente do Parque Ibirapuera ontem e vi que já estão montando a árvore de natal!

sabe o que a árvore de natal significa?
paz? amor? esperança?
não, só significa q tá acabndo o prazo pra entregar um monte de trabalho q não fiz nem metade e que alguns planos vão ser empurrados pro próximo ano.

Mas sussa, esse ano foi/está sendo muito bom pra mim!

Dani

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Watch your mouth!!!

Palavras espalham impulsos ocultos e sonhos calados. Transitam entre a névoa de pensamentos que nos separa da vida, e pousam ao ombro de quem um dia conseguirá verdadeiramente apreendê-las, não pelos ouvidos, mas através dos poros da pele.

Neste dia, elas não mais serão símbolos pronunciados - hão se der aquele sussurro ao pé do ouvido, que provoca arrepio. Hão de ser a expressão verdadeira da palavra.

Ju

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Só para provocar.

Eu ouvi uma conversa hoje.
atores: 2 mulheres.
tema: falta muito?!

-Você prefere que sobre ou que falte?
-Ah; que sobre e que nunca falte.
-É... eu tambem sou EXCESSIVA.

Alguém tem algum adjetivo melhor para mulher?
kkkkkkk

Antonio Claudio Rômulo x Zé?! - Identidade x esquizofrenia

Lindo, Lindinho.
Sean, Lennon.
Japz, Lucas, Manolo.
Capitalismo, Selvagem, Amigo.
Dani, Noel, Vêro.
Tobinson.

Prazer.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Feminino?



Photobucket
foto por Daniel Rubim

Estranho como a maiora das pessoas fica melhor sem maquiagem. Mas, vez em quando, surge alguém que sabe se melhorar, mesmo que já esteja bem!

sábado, 18 de outubro de 2008

A cama king-size

A algum tempo li um artigo a respeito de como a sensação de solidão aumenta com o frio. A semanas durmo em uma cama gigante, mas sempre que acordo estou espremido na borda da cama, esmagado pelas cervejas sorvidas sem a companhia das risadas, ou apenas pela esperança que ao amanhecer tenha alguem ao meu lado. Preciso de uma cama menor , e ainda nem comecou a nevar.

-Amigo

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tolices

Quem dera se o ser soubesse das diminutas imensidões que deixam de lado pra idolatrar esculturas feitas da argila da tristeza. Há coisas que o ser não vê, apesar da obviedade frente a seus olhos. Portanto veja, ser! Veja!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Lithium

E daí eu pensei:

-Dane-se o mundo, que eu não me chamo Raimundo.

Vamos festejar.!!!!

Desencontros

-Tô querendo desencanar da aula tb, tenho ido muito à faculdade.
-Todo dia de semana cansa, né?
-É demais pra mim! Demais mesmo...
-Sabe, preciso relaxar, ir no cinema, tomar um cafê...a facu acaba com os meus planos!
...
...
-Ultimamente a facu tem me impedido de estudar, viu. Quando tô a fim de estudar algo, vem a facu e me força a estudar outro algo COMPLETAMENTE diferente... mó mala!

-Pois é! Eu querendo estudar feng shui, mas nããão, tenho q estudar sobre terrorismo! foda...
Por isso não vou estudar NADA e vou ter uma crise existencialista num café da vida!
-Pra isso que servem os cafés. Encontros românticos, crises existencialistas e fins de namoro.
-É verdade antes eu sempre ia no mesmo ter as  minhas crises, mas 3 x seguidas tinham casais terminando...aí mudei de café!


Dani

Encontros

-Você está bonito desde  que terminamos!
-Obrigado. Estou querendo morrer desde aquele dia.
-Não seja assim, só digo que estou feliz em te ver.
...
...
-Se eu te fiz bem, não era minha intenção. Me deixe em paz.

Dani

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Festa

A festa acabou e eu ainda nem comecei a dançar. Fiquei vacilando... inventando motivos, desculpas esfarrapadas, como se esperasse pela música certa ou pela companhia ideal. Pensei no medo de dançar, no vexame que poderia dar, na vergonha, no papel de ridículo, na imagem que teriam de mim... Desculpas tolas que não convencem nem mesmo a mim, mas que na hora acatei e vieram a calhar direitinho para reforçar a minha falta de iniciativa.
 
Agora a festa acabou... as luzes se acenderam, as pessoas foram embora e eu ainda sentado num canto, vendo se esparramarem ao chão todos os fragmentos de coragem que eu com muito esforço ia juntando ao longo da noite. Ao redor, só vejo bêbados deprimidos, empapados nos próprios fluidos malcheirosos. E ainda tento me convencer que foi por pouco... fico me esforçando em reconstituir na mente alguns pedaços daquela festa... tento, em vão, agarrar as últimas luzes coloridas, sustentar no ar os últimos acordes da última música e fazer perdurar aquele momento, para que eu finalmente pudesse dançar. Mas acabou... só a luz clara do salão e os ruídos da aparelhagem de som sendo desmontada.
 
E os pedaços daquela festa martelando minha mente... flashes de momentos em que eu deveria ter agido, ter dançado, ter mudado... Ah, aqueles raros momentos do dia em que temos a chance de mudar tudo o que não gostamos em nossas vidas... com simples gestos que parecem tolos aos olhos de quem vê, mas que para nós pesam muito. Eu deixei passar esses momentos, com o fajuto pensamento "não é a hora.. melhor esperar mais um pouco". E esperei... e até vieram outros momentos... mas estes também deixei escapar.
 
E todos eles escaparam... a música escapou... as pessoas escaparam... a escuridão e as luzes coloridas escaparam... e foi-se a hora. Vou embora. Porque nada mais restou...
 
A ressaca já zomba de mim.

- Noelman

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nhé

São as nossas frases de efeito que fazem esse mundo rodar. E o mundo roda mesmo. Adoro pensar que nós dois sabemos que não vamos ser amigos para sempre. É aquela velhíssima história de Londres, você vai virar uma esquina em londres e nunca mais nos veremos. E isso nunca irá cancelar a certeza de que todas as luzes daquela cidade estavam acesas só para a gente. São por certezas como essas que te amo de verdade.

Mas espero que nossos celulares continuem os mesmos.

Hahaha
Na verdade eu roubei esse texto do blog da Régis. Isso!
Não sei porque, mas toda vez que penso nela, penso-a como a pessoa mais mulher que eu já encontrei. Eu só escrevi o segundo parágrafo, e esse.
Bom, nada melhor que um texto desse para o meu primeiro post do blog.

Abraços apertados galera; daqueles que eu nunca dou. hahaha

sábado, 11 de outubro de 2008

Não-dia

Tem vezes que você acorda com aquela sensação esquisita. Quase como se estivesse no meio de algo muito importante, que não podia ter sido interrompido de maneira alguma.
Daí você rola para um lado, rola pro outro. Quando começa a perceber que está ‘acordado’, tenta evitar os pensamentos chatos sobre coisas chatas, fantasiando imagens, um último sonho forçado, quem sabe.
Mas é artificial e desagradável demais, mesmo porque você já está inteiramente deste lado. Depois que levanta da cama, não tem mais volta. Parece que deixou largado no setor onírico aquele objeto imprescindível, e agora vai ter que se virar o dia todo com esse lapso existencial.
E para tudo o que você faz no dia, toda vez que se move, parece ter um par de guizos preso no seu pescoço, azucrinando. Você tenta se concentrar, mas as ações são não-ações, as pessoas são não-presenças, e até mesmo as paredes parecem não-concretas. Por mais coisas que você fale, são sempre não-comunicações. A pessoa fica te encarando com olhinhos de vidro, você acaba dando de ombros e esperando o não-dia passar. Antes fosse rápido, mas o tempo também é formado por não-horas.

À noitinha as coisas melhoram um pouco. Horas mais sóbrias, o grande ‘não’ parece se diluir com o resto dos incômodos em meio às nuvens. Um pouco de sobriedade depois de passar longas horas não-sendo. Uma ponta de ansiedade para buscar aquilo que você deixou lá, que agora mal perfaz uma lembrança. Um mini êxtase inexplicável ao encostar o rosto no travesseiro. Finalmente. Amanhã, um dia.

Último pensamento? Só mais uma ânsia. Tomara que o sono não seja também um não-sono. Que daí as coisas começam a se complicar…

Ju

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sobre ganhar idade

-Esses dias eu tava pensando em plantar aquela fruta, que dizem que acalma...
-Qual fruta?
-Uma que tem sementes, não lembro o nome...
-Canela?
-Não...
-Girassol?
-Não... uma amarela, que espreme...
-amarela que espreme... maracujá?
-Maracujá!
...
sabe, esses dias tava tão mal... Tava nervosa, parecia que o chão ia me escapar, fugir dos meus pés
-Talvez seja a idade. Já pensou nisso?
-Não...
-Você mora sozinha, naquele apartamento, sem seus filhos. Deve ser essas coisas de hormônio, ou de solidão. É melhor se controlar, pra não ficar dependendo do maracujá! Eu tive isso ano passado e sempre ficava quase caindo, mas me controlei e consegui suportar.
-é, você tem razão...
-Olha lá, vai começar o filme.
...

-nossa, que mulher alta na minha frente!


(a "mulher alta" era eu)

Dani

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poemas Toscanos



Castra de mim tal sentimento que jaz junto com meu coração e castiçal. Oh ultraje meu ir em busca de sonhos, tais sonhos esculpidos das mais apolíneas abadias!! Sonhos que perduram a arruinada vertente do ser humano
cujo rastelo nao me serve de recipiente ! Ardes no amago de seu interior a languida sonora trovejante sempre cigana, move.



Treine simples indio guacho, leia os momentos filisteus de sabóia. Sim! Junte sim suas partes outrora ríspidas ao seu coração determinado, contigo ei de conquistar a longa jornada mistica que oceano nenhum jamais poderá esconder; gualacho!



Óh misticos recipientes cujo graal nunca ei de estar impuro, ó senzala minha graciosa e aspera judia dos judeus e mingua até o por do sol assim receber. Outorga, óh meu coração, de quem já vistes o cair lento e encorpado do líquido fugaz humano em busca de calor e abrigo. E assim q as flores se desabrocham em relento vento se aproxima o durango fragil e suas pétalas majestosas vis porem o vigor outrora relevante já jaz em gorgeantes minuncias.



Gralham pombas na sacada do meu coração ouvindo todos os umidos sentidos flertarem com a fraqueza do ser humano. Sangre soldado sóbrio pela falta de embriaguez, serei desprovido do formidável epícuro em noites de jenipapo matutinos.

Éden

Arnaldo encontrou a iluminação no fundo do terceiro copo de cachaça. Através do vidro, via os rostos deformados dos amigos vibrando de alegria. Estavam todos iluminados. Aquela era uma mesa abençoada e, sem dúvida, seria uma noite de muitos aprendizados. E não era para menos, poucas vezes se vira na Terra tantos sábios reunidos, jubilando e regozijando a própria sapiência.

Não fizeram feio... logo passaram a discorrer sobre os grandes temas da humanidade. E os resultados foram excelentes! Dentre outros, debateram sobre a existência, e chegaram à conclusão de que o sentido da vida era cafona demais para ser revelado aos profanos; descobriram que era possível erradicar a pobreza da cidade, a médio prazo, com o simples ato de mudar seu nome para “Pão Francês”; e que, com um pouco mais de empenho, poderiam salvar o mundo em sete meses e dezenove dias, desde que ninguém usasse o colant dourado. Arnaldo descobriu até o grande amor da sua vida, ali do lado, duas cadeiras à esquerda, personificado numa garota exótica cujo nome jamais seria capaz de relembrar sozinho. Ah... que noite, aquela!

Na manhã seguinte, Arnaldo passou a entender o que os sábios queriam dizer com “a verdade dói”. E assim como eles, passou a invejar a alegria dos ignorantes. Realmente, toda aquela sabedoria era muito dolorida. A pontada na cabeça não lhe deixava mentir e, antes que pudesse lastimar sua condição, se sentiu impelido por uma pressão interior a se despojar de toda aquela bênção, na forma de um jato amargo e mal-cheiroso. 

Esperava o quê? Provar do fruto proibido por míseros treze reais e vinte centavos (um e vinte eram da cobra) e não ser expulso do Paraíso? Não essa semana!    


- Noelman