domingo, 28 de dezembro de 2008

Cristmas Jolly (with Dolly)

Vamos, lá: ano novo, computador novo, disposição renovada.

Escrevo nesse blog pela primeira vez, me sentido um retardado emocional de não tê-lo feito antes, sendo que toda santa vez que eu entrava na internet era só o que eu queria, mas ao invés disso, ficava tirando o atraso; lendo o que tinha deixado de ler, descobrindo o que tinha deixado de fazer.
Essas ações me deixavam lacrimalmente feliz de tê-los conhecido (cada um dos nomes que brotam nos textos) e ulceralmente triste de sentir-me um pouco afastado do grupo por nenhum bom motivo.
Eu descobri qual é o motivo, e ele não é bom, eu descobri neste Natal que eu sou muito mais chato do que eu era antes, não em intensidade, mas em qualidade. Eu diria que isso se deu com maior intensidade com a Stela (peço desculpas virtualmente enquanto não posso fazê-lo pessoalmente).

Texto que me fez postar qualquer coisa:
Fiquei com amigdalite dia 21/12, no aniversário do meu irmão, fui no médico só no dia 23 e passei o natal tomando anti-inflamatório e refrigerante... no natal... refrigerante.
Essa situação me propiciou observar um grupo cuja dinâmica não muda, mas, ocasionalmente, um integrante sim: eu, no refrigerante e não no habitual whisky. Há certas coisas que ninguém devia ser obrigado a perdurar sóbrio, e incluí nessa categoria, pessoalmente, descobrir que eu não sei conversar com a família da minha mãe.
O fato é que, com meu sistema imunológico abalado, os ácaros caçapavenses comemoraram o nascimento do filho do Homem nos meus pulmõezinhos, e a combinação de anti-inflamatório e anti-histamínico está me deixando num constante transe e eis que... estou com muita saudade de mim, melhor dizendo, tô com uma puta saudade do eu de algum tempo atrás com todos vocês!!!

com amor, Lindo

domingo, 14 de dezembro de 2008

Para o amigo sentir saudades.

-A minha faixa está bem colocada?
Foi o que perguntou, depois de questionar quem eram seus amigos.
É claro que aquilo me enojou. Mas, ele olha com cuidado a faixa do outro e ajeita, como se ele não fosse prioridade em seu dia de gala.

E é sempre curioso o passar do tempo de uma amizade. Como vai indo de pouco em pouco apesar da intensidade. Coisas que você só ouve depois de muito tempo, coisas que até parecem desabafos se fazem em uma nota de rodapé numa conversa.

Ele diz que, pelo menos, eu tinha amigos de futebol. E, em tempos de futebol de sem-paixão, eu retruco que eram amigos de conveniência. Acho que pode ter até causado inveja, porque eu podia desdenhar, ele, não.

Falou-me que a gente precisava de uma viagem de primeiros anos de faculdade, porque, para ele, amigos sempre representaram liberdade. O que se faz verdade na luz de sua face quando vê um bando de mesma coisa de sempre. Eu, que só o via rir quando estava a beber ou fazendo comédia da tristeza de entrevistas de emprego.

Tão engraçado, que no dia que todos deviam esperá-lo, era ele quem esperava. E, era ele quem mais ficava feliz. No dia da despedida de seus amigos da faculdade, ele escolheu esperar e estar do lado de outros. Um claro desperdício.

Na festa se divertiu, bebeu champagne, orgulhou seus pais, se perdeu no meio da dança, e voltou sorrindo porque o não-achar de seu par acabou levando de volta para seus amigos, quer algo mais clichê que isso?

Dançar loucamente cansa, muito mais que isso só o contato demasiado com muitas pessoas que nunca vou conhecer, e, que, mesmo assim, a maioria sempre vai me enojar.

E aí decido ir-me, e vou em direção ao galante.

Lembro-me que ele disse estar feliz com a festa de formatura, e que no dia seguinte ia estar triste. E, quando pergunto se ele também vai, ele finalmente se permite olhar pra festa. Afinal, tinha que ver o pessoal, está acabando.

Ele vira, olha pra festa, e sorri pelo canto dos olhos. Sorrisos que me questionei um dia se ainda existiam.

E é por isso que eu acho que a crise não é financeira, mas é mundial.

E é por caras como esse que eu acho que a decoração é feita em outubro.

E é por momentos como esse que eu acho que o mundo ainda tem jeito.

O maior desperdício que eu conheci.

=]

sábado, 13 de dezembro de 2008

Daymare

É daquelas coisas que você acredita quando é criança. Não faz idéia do que seja causa e do que seja efeito.
Você vai dormir e é noite, acorda e é dia.
Daquelas soluções mágicas, que te dão poderes enormes: se eu não dormir, o dia seguinte não vai chegar.

É lúdico, infantil... e, de repente, o dia chega.

(Alternativa: "Alvorada. Para um otimista, o começo de um novo dia. Para um pessimista, a mesma coisa.")

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O nome da velha

Todos meus amigos estavam comigo, parecia um funeral ou algo do tipo. Eu viro pro Lennon e pergunto:
-Lennon, como era o nome daquela atriz de 120 anos que xinga todo mundo. Lembra? Porra, caralho! Lembra?
Agora eu estou num quarto grande, numa sala clara.
-Lembra, Lennon?
Mas ele não parece me escutar e continua gritando:
-Claudete Troiano! Claudete Troiano!
Eu tento de novo:
- Caralho Lennon! Me ajuda! Eu não consigo lembrar! Lembra?? Aquela lá! Aquela do filho-da-puta, viado, vai se fuder caralho! Lembra? Aquela com uma pinta nojenta na cara!
Ele responde:
-Ó! Me desculpe! Eu estava ocupado dando uma surtada.
Eu estou andando com o Michael e o Noel, indo em direção a uma festa.
-Lembra Noel? A velha mala que tá morta de pé! Lembra? A do vai se fuder, caralho, filho-da-puta! Lembra Noel??
Mas de repente o Michael sai correndo porque ele não queria dividir as garotas da festa. Agora eu tô sozinho na rua e puto com o Michael.
São 1 da manhã e eu percebi que era tudo um sonho. Que cliché. Eu acho graça. Eu rio sozinho. Então percebo que eu ainda não sei a resposta, o que explica o porquê de ninguém saber o nome da velha mesmo depois de eu descrevê-la tão bem. Eu rolo na cama. Eu chego a conclusão de que o nome dela era composto, algo com V ou M. São 2:30 da manhã e a essa altura eu tenho quase certeza de que a resposta é algo próximo a Vanda Valadares.
Maldita Derci, que mesmo morta, não me deixou dormir.