domingo, 28 de dezembro de 2008

Cristmas Jolly (with Dolly)

Vamos, lá: ano novo, computador novo, disposição renovada.

Escrevo nesse blog pela primeira vez, me sentido um retardado emocional de não tê-lo feito antes, sendo que toda santa vez que eu entrava na internet era só o que eu queria, mas ao invés disso, ficava tirando o atraso; lendo o que tinha deixado de ler, descobrindo o que tinha deixado de fazer.
Essas ações me deixavam lacrimalmente feliz de tê-los conhecido (cada um dos nomes que brotam nos textos) e ulceralmente triste de sentir-me um pouco afastado do grupo por nenhum bom motivo.
Eu descobri qual é o motivo, e ele não é bom, eu descobri neste Natal que eu sou muito mais chato do que eu era antes, não em intensidade, mas em qualidade. Eu diria que isso se deu com maior intensidade com a Stela (peço desculpas virtualmente enquanto não posso fazê-lo pessoalmente).

Texto que me fez postar qualquer coisa:
Fiquei com amigdalite dia 21/12, no aniversário do meu irmão, fui no médico só no dia 23 e passei o natal tomando anti-inflamatório e refrigerante... no natal... refrigerante.
Essa situação me propiciou observar um grupo cuja dinâmica não muda, mas, ocasionalmente, um integrante sim: eu, no refrigerante e não no habitual whisky. Há certas coisas que ninguém devia ser obrigado a perdurar sóbrio, e incluí nessa categoria, pessoalmente, descobrir que eu não sei conversar com a família da minha mãe.
O fato é que, com meu sistema imunológico abalado, os ácaros caçapavenses comemoraram o nascimento do filho do Homem nos meus pulmõezinhos, e a combinação de anti-inflamatório e anti-histamínico está me deixando num constante transe e eis que... estou com muita saudade de mim, melhor dizendo, tô com uma puta saudade do eu de algum tempo atrás com todos vocês!!!

com amor, Lindo

domingo, 14 de dezembro de 2008

Para o amigo sentir saudades.

-A minha faixa está bem colocada?
Foi o que perguntou, depois de questionar quem eram seus amigos.
É claro que aquilo me enojou. Mas, ele olha com cuidado a faixa do outro e ajeita, como se ele não fosse prioridade em seu dia de gala.

E é sempre curioso o passar do tempo de uma amizade. Como vai indo de pouco em pouco apesar da intensidade. Coisas que você só ouve depois de muito tempo, coisas que até parecem desabafos se fazem em uma nota de rodapé numa conversa.

Ele diz que, pelo menos, eu tinha amigos de futebol. E, em tempos de futebol de sem-paixão, eu retruco que eram amigos de conveniência. Acho que pode ter até causado inveja, porque eu podia desdenhar, ele, não.

Falou-me que a gente precisava de uma viagem de primeiros anos de faculdade, porque, para ele, amigos sempre representaram liberdade. O que se faz verdade na luz de sua face quando vê um bando de mesma coisa de sempre. Eu, que só o via rir quando estava a beber ou fazendo comédia da tristeza de entrevistas de emprego.

Tão engraçado, que no dia que todos deviam esperá-lo, era ele quem esperava. E, era ele quem mais ficava feliz. No dia da despedida de seus amigos da faculdade, ele escolheu esperar e estar do lado de outros. Um claro desperdício.

Na festa se divertiu, bebeu champagne, orgulhou seus pais, se perdeu no meio da dança, e voltou sorrindo porque o não-achar de seu par acabou levando de volta para seus amigos, quer algo mais clichê que isso?

Dançar loucamente cansa, muito mais que isso só o contato demasiado com muitas pessoas que nunca vou conhecer, e, que, mesmo assim, a maioria sempre vai me enojar.

E aí decido ir-me, e vou em direção ao galante.

Lembro-me que ele disse estar feliz com a festa de formatura, e que no dia seguinte ia estar triste. E, quando pergunto se ele também vai, ele finalmente se permite olhar pra festa. Afinal, tinha que ver o pessoal, está acabando.

Ele vira, olha pra festa, e sorri pelo canto dos olhos. Sorrisos que me questionei um dia se ainda existiam.

E é por isso que eu acho que a crise não é financeira, mas é mundial.

E é por caras como esse que eu acho que a decoração é feita em outubro.

E é por momentos como esse que eu acho que o mundo ainda tem jeito.

O maior desperdício que eu conheci.

=]

sábado, 13 de dezembro de 2008

Daymare

É daquelas coisas que você acredita quando é criança. Não faz idéia do que seja causa e do que seja efeito.
Você vai dormir e é noite, acorda e é dia.
Daquelas soluções mágicas, que te dão poderes enormes: se eu não dormir, o dia seguinte não vai chegar.

É lúdico, infantil... e, de repente, o dia chega.

(Alternativa: "Alvorada. Para um otimista, o começo de um novo dia. Para um pessimista, a mesma coisa.")

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O nome da velha

Todos meus amigos estavam comigo, parecia um funeral ou algo do tipo. Eu viro pro Lennon e pergunto:
-Lennon, como era o nome daquela atriz de 120 anos que xinga todo mundo. Lembra? Porra, caralho! Lembra?
Agora eu estou num quarto grande, numa sala clara.
-Lembra, Lennon?
Mas ele não parece me escutar e continua gritando:
-Claudete Troiano! Claudete Troiano!
Eu tento de novo:
- Caralho Lennon! Me ajuda! Eu não consigo lembrar! Lembra?? Aquela lá! Aquela do filho-da-puta, viado, vai se fuder caralho! Lembra? Aquela com uma pinta nojenta na cara!
Ele responde:
-Ó! Me desculpe! Eu estava ocupado dando uma surtada.
Eu estou andando com o Michael e o Noel, indo em direção a uma festa.
-Lembra Noel? A velha mala que tá morta de pé! Lembra? A do vai se fuder, caralho, filho-da-puta! Lembra Noel??
Mas de repente o Michael sai correndo porque ele não queria dividir as garotas da festa. Agora eu tô sozinho na rua e puto com o Michael.
São 1 da manhã e eu percebi que era tudo um sonho. Que cliché. Eu acho graça. Eu rio sozinho. Então percebo que eu ainda não sei a resposta, o que explica o porquê de ninguém saber o nome da velha mesmo depois de eu descrevê-la tão bem. Eu rolo na cama. Eu chego a conclusão de que o nome dela era composto, algo com V ou M. São 2:30 da manhã e a essa altura eu tenho quase certeza de que a resposta é algo próximo a Vanda Valadares.
Maldita Derci, que mesmo morta, não me deixou dormir.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Só pra reclamar um pouquinho

Como é que pode ter esse culto à "decada perdida" e tudo bem? E depois eu sou desapegado, quase um niilista! Melhor não ser preso a nada do que ser preso a calças amarelas, he-man e M.C. Hammer.
Ou ser um hippie que acha que tá fazendo a coisa certa, querendo salvar o mundo, ter sexo livre, fumar maconha e injetar tudo o que vê pela frente, discutir Nietzche, mas estar atrasado 40 anos.

Difícil estar em um tempo tão não-polarizado, né? não tem bandeiras pra levantar, então vamos pegar a dos nossos velhos. A gente pode arrastar essas ideologias-zumbi e fingir que estamos certos, só pra dizer que valemos alguma coisa.

domingo, 23 de novembro de 2008

EM HOMENAGEM AO AMIGO!!!


Amigo...


Ontem fizemos um churras no Lean-fat George Foreman Grill (nem sei como escreve essa droga!)


E, num sei porquê, mas ontem lembrei muito de você! Aí to postando a fotinhA em sua homenagem!!!


Espero que vc goste e que não ache por aí pessoas tão legais quanto nós! hahahahahahaha


Beijos,

Ju (contagiado com o Romantismo do Michael!)
PS: sim, eu sei que to parecendo o bonequinho da Michelin na foto... mas num tive tempo de me posicionar adequadamente, pq o timer tava ligado... :(

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Não olhe agora, mas se você olhar quem sabe também entenda porque eu poderia ser o seu melhor amigo.

Michael não entendia porque algumas pessoas se tornavam tão limitadas depois que começavam a namorar. Talvez seja isso mesmo. O brilho de outrora era agora um punhado de porra ordenhado ao bel prazer de sua fiel meretriz. Queria ouvir música bem alta, parecia que a música o ajudava a atravessar a merda que chegava até o joelho de sua surrada calça jeans. Queria estuprar seus próprios tímpanos, quem sabe até sentir a ponta da faca roçando sua têmpora. No seu silêncio ele estaria a salvo do mundo banal. Sonhava destroçar criancinhas e ser condenado pra sempre por isso. Ele queria cortar seus próprios pulsos todas as noite, mas em sua casa todos usavam talheres de plástico. Michael queria mesmo era ser dramático, mas ninguém lia seus textos.

-Com amor, Amigo

domingo, 16 de novembro de 2008

Aumenta o Som e abaixa as janelas.

É. Estou mais uma vez tentando terminar outro trabalho e tentando ser original, e consciente de que o que eu escrevi tem 200 anos. Então, resolvi escrever alguma coisa que eu gosto muito: Música.

Tenho uma amiga que diz que quando anda na Paulista ela gosta de ver as caras das pessoas para saber seus pensamentos mais nefastos (ou o que estão pensando, mas eu prefiro ser dramático).

Eu, por outro lado, sempre penso o que as pessoas fazem quando escolhem as músicas, the soundtracks.

São engraçadas as respostas que as pessoas têm por causa da escolha das músicas por uma pessoa. Alguns se revoltam e resolvem fazer motins (esses geralmente chamam uma pessoa pro lado e tentam garantir apoio para mudar a trilha sonora), enquanto outros perguntam: O que é que tá tocando?!, e os mais exaltados provocam a revolução, sim!, eu acho que trocar pagode por hard rock, ou heavy metal por forró, uma revolução.

E como as pessoas se apoderam das músicas... Ah... é tão bonito e tão broxante quando alguém diz: “Essa música sou eu” ou “eu teria escrito essa música”. Quando eu era adolescente (não que eu não seja mais), eu costumava comprar revistas com letras de músicas para colar na parede, porque eu achava que as letras eram totalmente “Eu”. Muita pretensão da minha parte. Hahaha

E olha como a própria palavra é bizarra. Soundtrack, ou trilha sonora. TRILHA! CAMINHO SONORO! Que doidera.

Ou quando você está tristonho e ouve aquela música que te faz balançar a cabeça moderadamente, ou bater seu calcanhar no chão no compasso das batidas. TAC, TAC TAC. Baquetas e palhetas, que não existem, fazendo movimentos ridículos, e ainda por cima fazendo festinha em mim mesmo. Ah!

Discussões sobre quem foi melhor, Hendrix ou Page, ou Clapton, ou sei lá, Manu Chao?! Tudo, para nunca ter fim. E, me parece que esse não- fim é a própria música. Como ela vem e vai. A sensação de não agüentar mais aquela música, mas por estar com uma pessoa do lado, ela pega outra freqüência, um punch diferente, e aí volta. Existe até a função repeat no som! Pause, rewind, foward! E o mais legal, existe, na música, a opção volume!

Ah. Eu ia escrever mais, mas já estou escrevendo faz quinze minutos essa bosta. Hahaha.

Abaixa a Janela e aumenta o som então. Pô!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

PROCON

Hoje eu tava pensando... faz tempo que não escevo no blog, preciso postar alguma coisa!
quando abro o editor de texto, hesito: não tenho nada para reclamar.

até parece que isso é hotline onipotente, que Deus está lendo avidamente, preocupado para mudar o que acontece só porque eu postei aqui.

Como não arranjei motivo pra ficar bravo, triste, chateado, ou apenas apreensivo, decidi reclamar da minha falta de reclamação. E tenho dito!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nhé

Todos queriam produtos baratos e muita comodidade jogando CO2 no planeta. Acabou que o planeta aqueceu, as geleiras derreteram e a Groelandia agora planta brócolis. E assim, o mundo acabou.
Mas antes disso eles haviam inventado tvs enormes para assistir a novela das 8, anestesico sabor pina colada, bares toscos da vila olimpia, emos, republicanos, queijo, Amaury Jr, livros de auto-ajuda, psicólogos, Faustão, urânio depledado como munição, Gal Costa, curtas cults, etc.
Na verdade, o mundo já acabou. Agora, só nos resta se preparar pro futuro aprendendo a fazer breja de brócolis....

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lugar Nenhum

Ele era cheio de manias. Fechado. Pouco falava e tinha muitos problemas para expressar seus sentimentos, suas angústias, seus medos. Travava na região entre o ombro e o pescoço tudo o que queria vomitar em cima das pessoas. Conseguia relaxar em alguns poucos momentos, e ela adorava conseguir fazê-lo sentir-se livre, nem que por um único segundo. Pensar que seu estômago não mais parecia estar cheio de vermes, mas sim, de borboletas, fazia com que o dia dela, sempre meio morno e cinza, se tornasse inesquecível.
Saltitante que era, na verdade, ela era perneta. Parecia ser brilhante, mas era fosca e sem valor. Sem valor porque fez muita cagada na vida e também pelo fato de ninguém a querer. Engraçado pensar que um dia lhe disseram que não valia nem um “tostão furado”. Nunca havia visto um tostão, sentiu-se incomodada com o fato de não valer algo que nunca vira antes.
E, apesar de toda essa aparência assustadora, ela era doce... algo como o Corcunda de Notredame. Tudo o que fazia era em nome de um amor por aquele que parecia tão diferente, que fazia questão de manter seus muros erguidos. Ela tentou construir pontes. Foi em vão.
Ele continuou tentando ver o mundo através de sua luneta e cercado por seus muros. Achava que enxergava muito além, por possuir um instrumento tecnológico que o aproximava das coisas mais longínquas. Mal sabia ele que quanto mais ele se focava em algo, menos via as coisas ao seu redor: perdeu a as flores desabrochando na primavera; perdeu a cachorra lhe lambendo o dedão do pé, pedindo um pouco de afagos na barriga; não viu a “banda passar”; não viu o mar; não estava presente quando todos se despediam; não tocou na mulher nua e bela que ficou ao seu lado... Esqueceu que tinha gente que o esperava, que, assim como a cachorra, só pedia um pouco de carinho.
Mas, não... A luneta era mais valiosa!
Ela, que não valia nem um tostão furado, passou a não valer nem uma luneta-lunática.

sábado, 8 de novembro de 2008

New York - San Francisco

http://www.youtube.com/watch?v=H0L0k6dxCDU

Porque dá pra ser grande sem ser velho. Pelo menos não com 20 e pouquinhos anos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Coisas de gente grande.

Olá pessoal.
Só para desabafar um pouco a minha ausência.
Como vocês sabem, eu escolhi uma porra de uma profissão meio incerta nesse mundo.
Mas no fundo eu acredito ser isso que eu quero. Eu acredito que a arte é uma possibilidade para se viver do jeito que se quer; desde que você saiba transformá-la em objetos.
Mas enfim, estou tentando me dedicar ao máximo na faculdade. Fazer as coisas. Ler as coisas. etc.
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Para que "arte" continue a ser aonde eu queira estar, eu preciso entrar nela. E isso não é nada fácil. Não temos uma carteirinha, nem um certificado com validade suficiente.
Tenho que pensar em algumas estratégias para a coisa dar certo. Caso contrário, quando eu me graduar, continuarei sendo a pessoa mimada que sempre fui (gastando o dinheiro dos meus pais).
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Surpreendentemente eu consegui entrar num processo seletivo que está a procura de jovens que ocupem o lugar de "os novos críticos de arte".
Para resumir ainda mais uma história curta, tenho que entregar um artigo fazendo a crítica de uma exposição (I/Legítimo) até segunda-feira. E eu estou me matando para fazer disso a melhor coisa que eu já fui capaz de fazer na minha vida, porque isso pode significar o primeiro passo em direção às minhas pretensões.
A grande (e rara) possibilidade de testar as minhas reais possibilidades de concretizar um sonho.
[e ainda fazer os vários trabalhos da faculdade][e ainda me desenvolver enquanto artista][e ainda me desenvolver enquanto ser humano][e ainda ir no anivérsário do meu irmão mais velho domingo no noels as 17h][Alguém tá afim?]

domingo, 2 de novembro de 2008

"E o que está embaixo é como o que está em cima."

Num mundo com vários fins e nenhum começo, ela tentava se encontrar. Estava sentada à janela: fones nos ouvidos, olhos escondidos por óculos escuros e o vento a acariciar o rosto. Não tinha vontade de conversar com os colegas de sala. Nunca tinha. Preferia ficar olhando a linha branca que separava as faixas da pista de rolamento. Nunca comentou com ninguém, mas adorava contemplar aquela linha que a acompanhava durante as viagens e como ela se modificava, ora ficando pontilhada, depois se bifurcando, depois sumindo... mas depois sempre voltando, contínua, branca, persistente. Parecia até convicta de si! Queria ela também ter essa segurança.


De plano de fundo, um sem número de fins de mundo com os quais ela não se conformava. Como podiam ter tantos lugarezinhos tão...? Aquilo a angustiava, precisava de um referencial. Um começo de mundo, um local completo onde se sentiria bem.


Mas era também de um lugar metafísico que ela estava à procura. Não sabia como organizar suas idéias, no que deveria começar a pensar, que conhecimentos deveria acumular, a quê deveria se dedicar. Apesar dos fones, ouvia por cima a conversa dos amigos. Conversavam sobre as futuras profissões, planos para os próximos anos e outras coisas concretas e ordinárias do dia-a-dia. Não devia ela também se entregar a esses assuntos ao invés de implicar com paisagens e preocupações tão abstratas?


Ela até gostaria de mudar, mas mesmo naquelas conversas havia muita divergência e ela não vislumbrava um local seguro. E voltava a se entregar às divagações etéreas. Não achava sentido nessas questões ordinárias. Ninguém ali pretendia fazer grandes mudanças no mundo, nada além de continuar a atividade dos que vieram antes. Então, qual o propósito de se deter nesses assuntos?


Voltou a olhar com tristeza os lugarezinhos que passavam. Como alguém poderia se sentir satisfeito vivendo num lugar desses? Ela não conseguia entender. Aquilo não lhe bastaria, precisaria de mais: mais acontecimentos, mais vivências, mais experiências, mais.... existência. E sentiu um frustrante desejo de crescer e se esparramar e envolver com força o mundo inteiro...


O ônibus começou a desacelerar. Ainda estava pensativa, quando... do nada, estremeceu acometida por um súbito estalido! Uma epifania! Será? Olhou para o sol através das lentes escuras e abriu um enigmático sorriso. Talvez, talvez sentir aquele mal-estar fosse o primeiro passo para se fundir com o universo...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Respostas.

Às vezes, quando ligo para a casa de vocês eu digo:

-Hã...

e desligo o telefone. Penso durante alguns minutos e lembro o seu nome. Volto a ligar, faço uma voz diferente, e pergunto pelo nome. É...

De vez em quando penso o que é amizade.
Meu pai, diz que os verdadeiros amigos são os que ajudam na hora que você mais precisa. Uma outra diz que intimidade é uma merda. Mas saber mesmo, eu sei, mas mesmo assim não deixo de ser dramático.

Tem aquele poeta francês, que tem várias flores, na maioria rosas, em seu túmulo, que diz que "Você não faz amigos, você os reconhece". E será que é mesmo isso? Toda aquela aleatoriedade que você teve durante 22~25 anos de vida, foi só para você reconhecer um amigo? Outro podia perguntar, e isso? não é isso que faz a vida valer a pena?

E todas as vezes que a gente sai por aí, e vê aquelas luzes, ouve músicas caribenhas, e nos transvestimos, sempre penso: Como é que eu me reconheci nesse cara! haha. Mas isso também não tira a verdade de que tudo aquilo aconteceu só porque a gente é o que é; amigo, mesmo que esse exista em carne e osso.

Há uma, que tem, digamos, uma voz não tão diplomática, mas que, quando eu a encontro, a voz muda e soa muito doce. Tenho um amigo que diz que ela sempre faz uma voz diferente quando me encontra. E eu acho muito estranho, porque sempre acho legal quando ela fala comigo com a voz que ela usa com as outras pessoas, mas sempre tenho uma sensação boa quando ela fala deoutro jeito comigo.

Tem outro, que eu já vi humanista, capitalista, pelado, cético, anarquista, e de moicano.

Amizade, aquele romantismo todo, faz você ser o próprio, ou o que você quer ser? Nem que isso seja um maldito nome estranho. Que tal Agenor?

E ainda assim, eu olho aquele cara, olho o garçom, e digo:

-É... aquele cara é meu amigo.

E tudo o que aconteceu ontem a noite, mesmo que eu não lembre, é o que fez tudo fazer o mínimo de sentindo e esperar até a próxima semana.

Que estranho, não?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A árvore

Passei na frente do Parque Ibirapuera ontem e vi que já estão montando a árvore de natal!

sabe o que a árvore de natal significa?
paz? amor? esperança?
não, só significa q tá acabndo o prazo pra entregar um monte de trabalho q não fiz nem metade e que alguns planos vão ser empurrados pro próximo ano.

Mas sussa, esse ano foi/está sendo muito bom pra mim!

Dani

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Watch your mouth!!!

Palavras espalham impulsos ocultos e sonhos calados. Transitam entre a névoa de pensamentos que nos separa da vida, e pousam ao ombro de quem um dia conseguirá verdadeiramente apreendê-las, não pelos ouvidos, mas através dos poros da pele.

Neste dia, elas não mais serão símbolos pronunciados - hão se der aquele sussurro ao pé do ouvido, que provoca arrepio. Hão de ser a expressão verdadeira da palavra.

Ju

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Só para provocar.

Eu ouvi uma conversa hoje.
atores: 2 mulheres.
tema: falta muito?!

-Você prefere que sobre ou que falte?
-Ah; que sobre e que nunca falte.
-É... eu tambem sou EXCESSIVA.

Alguém tem algum adjetivo melhor para mulher?
kkkkkkk

Antonio Claudio Rômulo x Zé?! - Identidade x esquizofrenia

Lindo, Lindinho.
Sean, Lennon.
Japz, Lucas, Manolo.
Capitalismo, Selvagem, Amigo.
Dani, Noel, Vêro.
Tobinson.

Prazer.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Feminino?



Photobucket
foto por Daniel Rubim

Estranho como a maiora das pessoas fica melhor sem maquiagem. Mas, vez em quando, surge alguém que sabe se melhorar, mesmo que já esteja bem!

sábado, 18 de outubro de 2008

A cama king-size

A algum tempo li um artigo a respeito de como a sensação de solidão aumenta com o frio. A semanas durmo em uma cama gigante, mas sempre que acordo estou espremido na borda da cama, esmagado pelas cervejas sorvidas sem a companhia das risadas, ou apenas pela esperança que ao amanhecer tenha alguem ao meu lado. Preciso de uma cama menor , e ainda nem comecou a nevar.

-Amigo

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tolices

Quem dera se o ser soubesse das diminutas imensidões que deixam de lado pra idolatrar esculturas feitas da argila da tristeza. Há coisas que o ser não vê, apesar da obviedade frente a seus olhos. Portanto veja, ser! Veja!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Lithium

E daí eu pensei:

-Dane-se o mundo, que eu não me chamo Raimundo.

Vamos festejar.!!!!

Desencontros

-Tô querendo desencanar da aula tb, tenho ido muito à faculdade.
-Todo dia de semana cansa, né?
-É demais pra mim! Demais mesmo...
-Sabe, preciso relaxar, ir no cinema, tomar um cafê...a facu acaba com os meus planos!
...
...
-Ultimamente a facu tem me impedido de estudar, viu. Quando tô a fim de estudar algo, vem a facu e me força a estudar outro algo COMPLETAMENTE diferente... mó mala!

-Pois é! Eu querendo estudar feng shui, mas nããão, tenho q estudar sobre terrorismo! foda...
Por isso não vou estudar NADA e vou ter uma crise existencialista num café da vida!
-Pra isso que servem os cafés. Encontros românticos, crises existencialistas e fins de namoro.
-É verdade antes eu sempre ia no mesmo ter as  minhas crises, mas 3 x seguidas tinham casais terminando...aí mudei de café!


Dani

Encontros

-Você está bonito desde  que terminamos!
-Obrigado. Estou querendo morrer desde aquele dia.
-Não seja assim, só digo que estou feliz em te ver.
...
...
-Se eu te fiz bem, não era minha intenção. Me deixe em paz.

Dani

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Festa

A festa acabou e eu ainda nem comecei a dançar. Fiquei vacilando... inventando motivos, desculpas esfarrapadas, como se esperasse pela música certa ou pela companhia ideal. Pensei no medo de dançar, no vexame que poderia dar, na vergonha, no papel de ridículo, na imagem que teriam de mim... Desculpas tolas que não convencem nem mesmo a mim, mas que na hora acatei e vieram a calhar direitinho para reforçar a minha falta de iniciativa.
 
Agora a festa acabou... as luzes se acenderam, as pessoas foram embora e eu ainda sentado num canto, vendo se esparramarem ao chão todos os fragmentos de coragem que eu com muito esforço ia juntando ao longo da noite. Ao redor, só vejo bêbados deprimidos, empapados nos próprios fluidos malcheirosos. E ainda tento me convencer que foi por pouco... fico me esforçando em reconstituir na mente alguns pedaços daquela festa... tento, em vão, agarrar as últimas luzes coloridas, sustentar no ar os últimos acordes da última música e fazer perdurar aquele momento, para que eu finalmente pudesse dançar. Mas acabou... só a luz clara do salão e os ruídos da aparelhagem de som sendo desmontada.
 
E os pedaços daquela festa martelando minha mente... flashes de momentos em que eu deveria ter agido, ter dançado, ter mudado... Ah, aqueles raros momentos do dia em que temos a chance de mudar tudo o que não gostamos em nossas vidas... com simples gestos que parecem tolos aos olhos de quem vê, mas que para nós pesam muito. Eu deixei passar esses momentos, com o fajuto pensamento "não é a hora.. melhor esperar mais um pouco". E esperei... e até vieram outros momentos... mas estes também deixei escapar.
 
E todos eles escaparam... a música escapou... as pessoas escaparam... a escuridão e as luzes coloridas escaparam... e foi-se a hora. Vou embora. Porque nada mais restou...
 
A ressaca já zomba de mim.

- Noelman

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nhé

São as nossas frases de efeito que fazem esse mundo rodar. E o mundo roda mesmo. Adoro pensar que nós dois sabemos que não vamos ser amigos para sempre. É aquela velhíssima história de Londres, você vai virar uma esquina em londres e nunca mais nos veremos. E isso nunca irá cancelar a certeza de que todas as luzes daquela cidade estavam acesas só para a gente. São por certezas como essas que te amo de verdade.

Mas espero que nossos celulares continuem os mesmos.

Hahaha
Na verdade eu roubei esse texto do blog da Régis. Isso!
Não sei porque, mas toda vez que penso nela, penso-a como a pessoa mais mulher que eu já encontrei. Eu só escrevi o segundo parágrafo, e esse.
Bom, nada melhor que um texto desse para o meu primeiro post do blog.

Abraços apertados galera; daqueles que eu nunca dou. hahaha

sábado, 11 de outubro de 2008

Não-dia

Tem vezes que você acorda com aquela sensação esquisita. Quase como se estivesse no meio de algo muito importante, que não podia ter sido interrompido de maneira alguma.
Daí você rola para um lado, rola pro outro. Quando começa a perceber que está ‘acordado’, tenta evitar os pensamentos chatos sobre coisas chatas, fantasiando imagens, um último sonho forçado, quem sabe.
Mas é artificial e desagradável demais, mesmo porque você já está inteiramente deste lado. Depois que levanta da cama, não tem mais volta. Parece que deixou largado no setor onírico aquele objeto imprescindível, e agora vai ter que se virar o dia todo com esse lapso existencial.
E para tudo o que você faz no dia, toda vez que se move, parece ter um par de guizos preso no seu pescoço, azucrinando. Você tenta se concentrar, mas as ações são não-ações, as pessoas são não-presenças, e até mesmo as paredes parecem não-concretas. Por mais coisas que você fale, são sempre não-comunicações. A pessoa fica te encarando com olhinhos de vidro, você acaba dando de ombros e esperando o não-dia passar. Antes fosse rápido, mas o tempo também é formado por não-horas.

À noitinha as coisas melhoram um pouco. Horas mais sóbrias, o grande ‘não’ parece se diluir com o resto dos incômodos em meio às nuvens. Um pouco de sobriedade depois de passar longas horas não-sendo. Uma ponta de ansiedade para buscar aquilo que você deixou lá, que agora mal perfaz uma lembrança. Um mini êxtase inexplicável ao encostar o rosto no travesseiro. Finalmente. Amanhã, um dia.

Último pensamento? Só mais uma ânsia. Tomara que o sono não seja também um não-sono. Que daí as coisas começam a se complicar…

Ju

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sobre ganhar idade

-Esses dias eu tava pensando em plantar aquela fruta, que dizem que acalma...
-Qual fruta?
-Uma que tem sementes, não lembro o nome...
-Canela?
-Não...
-Girassol?
-Não... uma amarela, que espreme...
-amarela que espreme... maracujá?
-Maracujá!
...
sabe, esses dias tava tão mal... Tava nervosa, parecia que o chão ia me escapar, fugir dos meus pés
-Talvez seja a idade. Já pensou nisso?
-Não...
-Você mora sozinha, naquele apartamento, sem seus filhos. Deve ser essas coisas de hormônio, ou de solidão. É melhor se controlar, pra não ficar dependendo do maracujá! Eu tive isso ano passado e sempre ficava quase caindo, mas me controlei e consegui suportar.
-é, você tem razão...
-Olha lá, vai começar o filme.
...

-nossa, que mulher alta na minha frente!


(a "mulher alta" era eu)

Dani

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poemas Toscanos



Castra de mim tal sentimento que jaz junto com meu coração e castiçal. Oh ultraje meu ir em busca de sonhos, tais sonhos esculpidos das mais apolíneas abadias!! Sonhos que perduram a arruinada vertente do ser humano
cujo rastelo nao me serve de recipiente ! Ardes no amago de seu interior a languida sonora trovejante sempre cigana, move.



Treine simples indio guacho, leia os momentos filisteus de sabóia. Sim! Junte sim suas partes outrora ríspidas ao seu coração determinado, contigo ei de conquistar a longa jornada mistica que oceano nenhum jamais poderá esconder; gualacho!



Óh misticos recipientes cujo graal nunca ei de estar impuro, ó senzala minha graciosa e aspera judia dos judeus e mingua até o por do sol assim receber. Outorga, óh meu coração, de quem já vistes o cair lento e encorpado do líquido fugaz humano em busca de calor e abrigo. E assim q as flores se desabrocham em relento vento se aproxima o durango fragil e suas pétalas majestosas vis porem o vigor outrora relevante já jaz em gorgeantes minuncias.



Gralham pombas na sacada do meu coração ouvindo todos os umidos sentidos flertarem com a fraqueza do ser humano. Sangre soldado sóbrio pela falta de embriaguez, serei desprovido do formidável epícuro em noites de jenipapo matutinos.

Éden

Arnaldo encontrou a iluminação no fundo do terceiro copo de cachaça. Através do vidro, via os rostos deformados dos amigos vibrando de alegria. Estavam todos iluminados. Aquela era uma mesa abençoada e, sem dúvida, seria uma noite de muitos aprendizados. E não era para menos, poucas vezes se vira na Terra tantos sábios reunidos, jubilando e regozijando a própria sapiência.

Não fizeram feio... logo passaram a discorrer sobre os grandes temas da humanidade. E os resultados foram excelentes! Dentre outros, debateram sobre a existência, e chegaram à conclusão de que o sentido da vida era cafona demais para ser revelado aos profanos; descobriram que era possível erradicar a pobreza da cidade, a médio prazo, com o simples ato de mudar seu nome para “Pão Francês”; e que, com um pouco mais de empenho, poderiam salvar o mundo em sete meses e dezenove dias, desde que ninguém usasse o colant dourado. Arnaldo descobriu até o grande amor da sua vida, ali do lado, duas cadeiras à esquerda, personificado numa garota exótica cujo nome jamais seria capaz de relembrar sozinho. Ah... que noite, aquela!

Na manhã seguinte, Arnaldo passou a entender o que os sábios queriam dizer com “a verdade dói”. E assim como eles, passou a invejar a alegria dos ignorantes. Realmente, toda aquela sabedoria era muito dolorida. A pontada na cabeça não lhe deixava mentir e, antes que pudesse lastimar sua condição, se sentiu impelido por uma pressão interior a se despojar de toda aquela bênção, na forma de um jato amargo e mal-cheiroso. 

Esperava o quê? Provar do fruto proibido por míseros treze reais e vinte centavos (um e vinte eram da cobra) e não ser expulso do Paraíso? Não essa semana!    


- Noelman